segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Lá dentro
havia bonecas esfarrapadas
ideias perdidas
esboços de amor
algumas plantas secas
das quais colhi a semente
guardando-a cuidadosamente no bolso

Havia saudades a pairar pelo ar
ferramentas pousadas a um canto
uma bacia de água límpida
outra de agua turva
de lágrimas derramadas

Havia sorrisos
aqui e ali
vozes perdidas
canções de embalar
uma paixão arrefecida
transformada em cinzas

Havia velhos retratos
um livro de encantos
sombras do que poderia ser

Ao canto
havia uma janela
abri-a
era a esperança.

15 comentários:

quintarantino disse...

E quando assim escreves, falas da casinha das bonecas onde edificaste sonhos mil ou da arca do tesouro onde ainda guardas todas as lembranças e esperanças?

Tiago R Cardoso disse...

tomara todos a encontrarem e a guardarem...

JOY disse...

Esperança ,espero nunca a perder ...

JOY

João Vasco disse...

Não deixe que uma corrente de ar feche de chofre a janela...

7 disse...

A janela do Mundo, sem ela estamos presos, ofuscados pela escuridão. Ar que não corre e nos esfria a face. Preciso de te ver e abraçar. Abraçar o que me daz, a natureza da tua beleza. O ar que respiro e a esperança que alcanço. É bom ter uma janela! Beijos ajanelados

Marco Santos disse...

Fiquei em estado de graça ao ler estas palavras tão doces, tão belas. Que prodígio, que eloquência.
Anseio poder folhear o teu primeiro livro de poesia publicado (pois a edição especialíssima que me ofertaste será sempre a primeira das edições, de valor incalculavel) e mostrá-lo com orgulho fraternal a toda a gente.

Um beijo muito grande para uma das flores do meu jardim.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Nós precisamos sempre de uma janela para espreitar para fora do mundo das recordações.

SEMPRE disse...

Fiquei impressionada com a ponte da tua terra onde as pessoas se suicidavam pelo Natal. Eu entendo. Por isso precisamos desta janela de esperança de que aqui falas. Uma janela que se abra sobre tudo o que armazenámos, significámos e registámos no passado.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Porque és uma visitante especial, que deixa nas ideias as suas convicções e o calor humano do respeito e da amizade, deixei-te, no meu blogue, o símbolo do nosso aperto de mão.
Obrigada pela tua presença amiga

JOY disse...

DS,

Tem prémio mais que merecido no meu blog.

Cumprimentos
JOY

C Valente disse...

Muito bonito, gostei e vou voltar
Saudações amigas

SILÊNCIO CULPADO disse...

És dos meus mais queridos companheiros neste espaço da blogosfera e, por isso, quero comemorar o dia de hoje contigo, de uma forma especial.
Hoje é o dia do "Olá". O dia em que internacionalmente se comemora o world hello day, num grito universal de unidade em prol da paz e da justiça. Quando te digo olá eu quero dizer tudo. Mesmo tudo. Mas sobretudo quero caminhar contigo em busca de pessoas que queiram caminhar.
Olá!

quintarantino disse...

Olá... bom dia...

Unknown disse...

olá amigo.
tenho uma proposta para ti no Cegueira Lusa.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

As paixões arrefecidas nunca são cinzas porque há sempre um fogo que fica mesmo quando olhamos e pensamos que se apagou.
Os teus poemas são muito belos e espirituais e conduzem-nos pela senda do infinito onde a ternura se enlaça no amor sentido e imaginado.
Hoje publiquei no Notas Soltas & Ideias Tontas (http://notassoltasideiastontas.blogspot.com) um post com dados oficiais sobre situações que nos envergonham. Muito gostaria que desses a tua opinião com a clarividência e frontalidade com que costumas fazê-lo.
Abraço