quinta-feira, 12 de março de 2009


A vida é criação.
Criação supõe dualidade.
Mas a dualidade não implica forçosamente conflito, e sim coabitar com os opostos.
É o ponto de observação que molda a realidade na qual estamos inseridos.
Muitos dos pontos de referência sobre os quais estão alicerçadas as convicções das sociedades actuais, sejam eles de origem filosófica, religiosa ou cultural estão completamente ultrapassados.
A ética e a moral nas quais estão principiados esses paradigmas são puro reflexo de uma consciência dualitária, obsoleta e separatista.
As diferenças entre o eu e o tu, o interior e o exterior, o homem e o mundo são o fundamento do dogma social antigo.

Torna-se urgente criar um novo espaço mental, novos pontos de referência.
Em que nos poderemos basear?
Numa concepção autêntica e renovada do mundo que nos envolve.
Uma visão lúcida, unitária e ciente dos fenómenos observados.
Abolir a concepção do bem e do mal, dos opostos em geral enquanto sistemas divergentes.
Observar o mundo, não como uma entidade separada, mas sim como a extensão da própria consciência observadora.
Sendo esse ponto de união a base da observação, deixará de existir essa necessidade de ética, ela tornar-se- á evidente, inerente, translúcida.
Vinculada coerentemente a um novo modo de vida, a uma nova visão do mundo.

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