sábado, 26 de janeiro de 2008

As ruínas do tempo perdido

Olhando as ruas
pensei no tempo
no pedaço de papel colorido
desbotado de lembranças
15 anos
digo eu
mirando os traços do pintor
marcados de prosa
Que via eu do mundo
senão meu mundo

Só do olhar poético
ressalta a poesia

Do chão
o cinzento
a estrema frieza da ausência
ausência de min
vagueando por áleas
impregnadas de luz
ausentes
somos nós
vestidos de luto
aquando o sol brilha

Todos vemos
o que somos capazes de ver
os traços comuns
formam os pontos comuns
cada qual tecendo o mundo
à sua própria medida

A realidade
uma impressão
um instante

Talvez o olhar
indistinto
da criança ao nascer
traga com ele
ainda
a oculta realidade
a percepção da luz sem formas
a genuína razão do ser

5 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Não vou comentar nem completar, muito menos analisar, apenas me vou sentar aqui e apreciar tão belo texto...

quintarantino disse...

A cada um o seu olhar, a sua percepção do mundo.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Não sei se a realidade existe ou se é apenas uma percepção. Também não sei o tempo que dura o momento entre a ilusão e a não ilusão. Mas sei que gostei do poema.
Um beijinho

quintarantino disse...

Voltei para encontrar aqui um bálsamo ... as tuas palavras sabem-me bem!

JOY disse...

Bonito poema ,na realidade á tempo para a ilusão.


JOY